Wednesday, December 28, 2011

Be Heartlessly Welcome To The Cirque De Morgue!


O Nightwish está de volta. Depois de 4 anos do lançamento do último álbum, Dark Passion Play, de 2007 a banda volta com Imaginaerum, um álbum temático e se reinventa um bocado. Finalmente se esquivando da sombra de Tarja Turunen desde que ela saiu da banda.

O álbum que possui um tema circense sombrio que pode ser visto no clipe de “Storytime”, primeiro single do álbum, que tem como primeira faixa a música totalmente cantada em finlandês “Taikatalvi”, que significa algo como “inverno mágico” neste idioma estranho.

O que vemos neste álbum é simplesmente genial. As composições que Tuomas Holopainen criou para ele são complexas circulam por vários estilos diferentes (do jazz à música celta) mas sem perder o que a banda sempre teve de bom. Anette Olzon está mais à vontade do que nunca como a front-woman da banda e finalmente me convenceu que ela consegue liderar o Nightwish, mesmo não sendo tão boa cantora quanto Tarja é. Anette pode não ser uma cantora lírica excepcional, mas conduz o Nightwish bem demais em Imaginaerum.

Agora vamos falar um pouquinho de cada faixa do álbum:

Taikatalvi: Essa faixa mostra o clima meio circense que virá por todo o álbum, começando com uma singela caixinha de música e a voz de Marco bem calma cantando em finlandês, e fica bem bonita quando uma orquestra com instrumentos celtas entram na música. É curtinha, como toda boa introdução de álbum.

Storytime: Primeiro single do álbum e é bem feita tanto para fãs de metal quanto para quem nunca ouviu a banda e vai ouví-la no rádio. Tem um refrão grudento, daqueles que você decora a melodia na primeira vez que ouve. Essa música dá a impressão que teremos um bom álbum daqui pra frente, e ela mescla bem o Nightwish antigo com o novo.

Ghost River: Essa música tem o primeiro riff de guitarra propriamente dito que ouvimos no álbum, com um refrão bem pesado e meio confuso, mas que no fim das contas é sensacional. Até aqui é a música mais pesada do álbum, com uma ponte de orgulhar qualquer metaleiro. O coral de crianças cantando um dos refrões e fazendo o acompanhamento arrepia. É clichê, mas funciona muito bem se bem utilizado.

Slow, Love, Slow: Essa foi a música que mais me surpreendeu, já que não é um metal, é um jazz (!). E é uma balada muito bonita, realmente. É tão bem cantada por Anette que nos faz pensar se jazz não seria a praia dela em vez de metal sinfônico. Ameaça ficar pesada, mas não fica, o que é muito bom.

I Want My Tears Back: Instrumentos celtas aparecem nessa música, que tem o refrão dividido entre Anette e Marco e a ponte poderia muito bem ser tocada enquanto dançamos em volta de uma fogueira batendo palminhas invocando duendes. Sim, as palminhas estão lá. Clichê número 3 bem utilizado.

Scaretale: Começa tão sombria e estranha quanto o nome sugere. Se Storytime era feliz e empolgante, o começo dessa dá medo até ganhar o tom épico que Nightwish sempre teve. Nessa música Anette se destaca arriscando no vocal como Tarja nunca se arriscava, rasgando a voz e soando como a bruxa má dos contos de fada (sombrios, naturalmente). Surpreendente no meio, quando a música vira uma música de circo com direito a apresentação de Marco e risadas estranhas até voltar “ao normal”. Uma bizarrice musical linda.

Arabesque: Poderia ser trilha sonora de algum filme épico em um momento de cavalgada por campos abertos, até que os herois chegassem no local da batalha, onde ela já teria começado e eles entrariam enfiando a espada no primeiro inimigo que aparecesse.

Turn Loose The Mermaids: Segunda balada do álbum, mas esta com influências folclóricas e que provavelmente será o momento “isqueiros pra cima” nos shows da nova turnê da banda. Uma música muito bonita e simples.

Rest Calm: Lembra bastante o Nightwish antigo. Com os versos cantados por Marco e refrão por Anette, e até o final é uma daquelas faixas normais do álbum que não impressiona. Até que o coral de crianças volta aqui e continua lindo cantando com Anette e deixa o final da música um pouco mais épico e fora do normal.

The Crow, The Owl And The Dove: Bem simples e bem radiofônica, aposto nela como um dos próximos singles do álbum. Apesar de possuir muita coisa nela como violões, as guitarras, flautas e banjos, realmente é uma música simples e bonita. Muito agradável de ouvir.

Last Ride Of The Day: Outra música que lembra o Nightwish antigo, e que tem o melhor refrão do álbum. A altura que Anette consegue alcançar na música impressiona, considerando que o tom dela muda no final. É o bom e velho metal no estilo que a banda sempre soube fazer muito bem, independente da vocalista.

Song Of Myself: Corais, teclados calmos, guitarras pesadas. Até aí seria o Nightwish tradicional, não fosse pela parte da música em que ela diminui para um simples plano de fundo para que os integrantes contem uma história que, quiçá, sirva de introdução ao filme. Foi baseada na obra homônima de Walt Whitman. A história serve como o início do fim do álbum.

Imaginaerum: Uma instrumental FODA. Toda gravada com uma orquestra, tenho que tirar todos os chapéus possíveis para o senhor Tuomas Holopainen, tecladista da banda e compositor de todas (menos uma) música desse álbum. Com certeza é um dos grandes compositores dessa geração. É uma música que poderia ter iniciado o álbum, já que resume todo os temas dele e possui trechos de alguns refrões. Só que tudo isso instrumental.


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