Saturday, October 2, 2010

Haggard: A música de concerto ao encontro do metal

Haggard é um grupo musical alemão de metal sinfônico fundado em 1991. O grupo combina música erudita e música moderna com doom e death metal.



Haggard foi fundado em 1991 e originalmente tocava death metal. Eles mudaram seu estilo musical depois de sua primeira fita demo, Introduction em 1992, tornando-se uma banda com melodias sinfônicas e instrumentos clássicos, contudo, com temas folclóricos. O álbum And Thou Shalt Trust... the Seer marcou sua estréia em 1997. Após seu segundo álbum Awaking the Centuries (a vida do profeta Nostradamus), eles fizeram turnê pelo México duas vezes. Em 2004, eles lançaram seu terceiro álbum Eppur Si Muove que é sobre a vida do estudioso italiano, Galileo Galilei, sentenciado a prisão domiciliar por heresia pela Igreja Católica por apoiar a afirmação de Copernicus de que a Terra girava em torno do sol.

Pouco antes do álbum Awaking The Centuries ser lançado, o grupo tinha seu maior número de músicos, com 21 integrantes. Todas suas canções são escritas pelo vocalista e guitarrista Asis Nasseri.

O quarto álbum, Tales of Ithiria, foi lançado em 2008 e é baseado numa estória de fantasía.

Discografia:

Demos
  • Introduction (1992)
  • Progressive(1994) Baixar
  • Once... Upon A December's Dawn (1995)

Studio albums

Ao vivo

DVDs e vídeos

  • In A Pale Moon's Shadow) (1998)
  • Awaking the Gods: Live In Mexico (DVD/VHS) (2001)
Atuais membros:


  • Asis Nasseri – vocal e guitarra (1991-present)
  • Susanne Ehlers – soprano
  • Veronika Kramheller – soprano
  • Manuela Kraller - soprano
  • Fiffi Fuhrmann – tenor e baixo
  • Giacomo Astorri - baixo
  • Jonathan Whynot - guitarra
  • Michael Stapf - violino
  • Ivica Kramheller – contrabaixo
  • Andreas Fuchs – trompa francesa, flauta, percussão e bateria
  • Linda Antonetti - flauta e oboé
  • Steffi Hertz – viola
  • Johannes Schleiermacher – violoncelo
  • Patrizia Krug - violoncelo
  • Claudio Quarta – guitarra
  • Hans Wolf – piano e teclado
  • Ingrid Nietzer - piano e teclado
  • Luz Marsen – bateria e percussão (1991-presente)
  • Michael Schumm - percussão sinfônica

Review: Tristania - Rubicon

Somente uma palavra: diferente. Se é possível classificar este disco de qualquer coisa, antes de mais nada, diferente. Ainda sim inovador (dentro do que é possível para a banda) e com uma nova sonoridade.
Para quem espera algo próximo dos anteriores, é frustrante. Saem as orquestrações e os vocais sopranos para entrar a voz mais “comum” da Mary e um som que vai agradar em cheio quem gosta de bandas como Paradise Lost. Porque parece que certamente irão apostar neste ramo para a banda.
Tudo isto é, sem dúvidas, fruto das mudanças que a banda sofreu (e não somente com a saída da vocalista Vibeke Steine). Este fato já tornaria previsível (e por que não, necessária) uma alteração dentro da música do grupo. Alteração esta, inclusive, muito bem vinda.
O que mudou, de fato? Como mencionado, não temos mais um lado “symphonic” e sim algo mais conciso, sem exageros. É possível perceber um amadurecimento muito grande do Tristania aqui, uma banda mais coesa e mais harmônica, mesmo com as trocas de integrantes. A segunda mudança nítida é a falta dos vocais guturais. No lugar temos um masculino limpo, seguindo mais ou menos a mesma linha do Nick Holmes. A voz feminina tem um destaque muito grande, sem precisar daquela grandiloquência exagerada da Vibeke, o que mostra uma aposta muito maior dos demais integrantes. O resto da parte instrumental perdeu aquele lado death metal de antes, que já vinha acontecendo desde o Illumination. É talvez uma outra mudança bem vinda, uma vez que saturou ouvir grupos antigos da leva do Tristania que ainda se preocupam em repetir os mesmos elementos.
É uma tentativa ousada mudar assim a sonoridade. Só que isto também mostra que Rubicon é um disco maravilhoso e que merece ser ouvido diversas vezes.

Faça o download do álbum clicando aqui.
Tamanho: 70Mb


Novo Clipe do Spiritual Front

Acompanhando o lançamento de seu novo disco Rotten Roma Casino, os italianos lançaram o clipe da música "Darkroom Friendship".
Neste vídeo podemos conferir uma sonoridade bem interessante do grupo e cenas de insinuação de uma orgia.




A Falência da Indústria Cultural


Nos últimos anos temos presenciado uma derrocada da indústria da cultura como
conhecemos. Uma vez que nada se cria nem se transforma e muito menos se recicla, fica difícil de imaginar um futuro onde a ordem da vez é repetir o passado com a ideia primordial de dizer que se faz uma “releitura”.
Uma vez, ao ver o motivo do diretor do programa “Prêmio Multishow” ter se demitido me fez pensar no quanto precisamos ser mais críticos e menos manipulativos. A razão de bandas como Cine, Restart e outras fazerem sucesso é um somente: fórmula pronta.
Como resultado, temos sempre as mesmas coisas e as premiações, que deveriam se focar em músicos realmente talentosos e inovadores, acabam servindo como reforço para as pessoas engolirem sempre as mesmas porcarias aditivadas que todas as gravadoras empurram a você e a todos nós.
Ver um prêmio da MTV onde a Lady Gaga, que chama mais atenção pelas excentricidades do que pela qualidade de suas obras, ganha é de embrulhar o estômago e dar ulcerações fortíssimas no cérebro. Não que Lady Gaga seja uma má artista, mas é intrigante o fato de que num Music Awards a imagem sobresaia-se à música. É a corroboração de que não ter o que dizer e causar polêmica apenas por um sensacionalismo midiático é querer ser enganado e ficar feliz com isto. É querer dar um significado e uma dialética àquilo que não tem e querer um valor numa coisa cujo propósito é vender uma imagem.
Placebo cultural é o que vendem a todos nós. Só que ele não cura, de forma alguma, nosso vazio.

Review: The Birthday Massacre - Pins and Needles


Sem dúvida "Pins And Needles" é o fim do caminho que o The Birthday Massacre trilhou nos últimos trabalhos.
O novo cd da banda canadense traz uma síntese de tudo que deu certo para eles nos últimos tempos. As costumeiras passagens recheadas de sintetizadores e de uma atmosfera própria de “sonhos fofos e macabros” vêem acompanhadas de linhas de guitarra e bateria puxadas para o metal, junção de sucesso que a banda já mostrou no trabalho anterior e neste usa em maior escala.
Outra característica familiar do TBM que está muito presente no novo cd são os refrões grudentos que ficam na cabeça e fazem você ouvir a música inúmeras vezes seguidas, mas isso não é necessariamente ruim. Chibi parece que finalmente encontrou o lugar da sua voz em um equilíbrio entre agressividade e leveza.
"Pins And Needles" também é o nome de uma das faixas do disco que, não por acaso, é o ápice da combinação dos elementos citados e nos faz pensar que não há mais como a banda avançar ser fazer uma mudança drástica no próximo trabalho. Será isso ou uma infinita repetição do que já fez.
Mesmo sendo um trabalho que não inova muito e claramente é um aglomerado de experiências bem sucedidas, "Pins And Needles" é um álbum maduro, bem feito e mostra a evolução da banda. Há um equilíbrio bem pensado entre ‘peso metal’ e ‘leveza sintetizada’ que faz o álbum ser um daqueles que, principalmente se você já for fã, não vai te deixar cansado tão cedo.

Baixe o álbum clicando aqui.

Amorphis: Iniciando A Gravação De Novo Álbum

A banda finlandesa Amorphis entrou no Sonic Pump Studios em Helsinki (Finlândia) para iniciar a gravação do seu décimo álbum de estúdio, o qual tem previsão de lançamento para o início de 2011 pela Nuclear Blast Records.

Um pequeno vídeoclipe de algumas seções iniciais em estúdio, pode ser visto AQUI (arquivo MP4).

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Gothic Rock

Vira e mexe temos pessoas que procuram saber o que faz e o que é a música gótica. Querem entender da subcultura e entender como os góticos se tornaram góticos e de onde surgiu tudo isso.

Até então nunca houve uma ênfase muito grande, dentre os textos aqui publicados, para uma das coisas mais importantes do meio: o som. Nenhum dos artigos visou explicar o que é o que dentro da subcultura em termos de sonoridade, de bandas, de elementos que ajudaram a definir a mesma. Então, caros leitores, vamos embarcar num pequeno resumo sobre o que é, de fato, o estilo que originou tudo isso, que fez com que os góticos tomassem vida (ou se levantassem de seus caixões): o gothic rock ou rock gótico.

Origens

E por onde tudo começou? Em muitos locais a informação corrente é que tudo começou com o post-punk, entre 1979 e 1983. De fato, grupos como o Joy Division ajudaram a começar tudo isso, mas vamos traçar aqui um linha musical para que você, caro leitor, possa se situar.

No princípio era o punk, com seus ideais de revolta, de protesto e de rebeldia contra todo o sistema, mesmo sem saberem, ao certo, que sistema era esse. Suas roupas rasgadas, seus cabelos e visuais que remetiam a algo mais violento.

Só que o cenário mundial pendia para outros rumos. Guerra fria, crises econômicas etc. abalaram aqueles ideais de revolta. A postura começava a mudar para a passividade do ser perante o mundo cada vez mais decadente. Em termos sonoros o punk, outrora rebelde e cheio de energia, flertaria com os novos movimentos musicais que surgiam no período. Suas letras se intelectualizariam e perderiam o ideal de revolta para ganharem idéias de tristeza, de melancolia e de morbidez perante o mundo. O visual passaria a ficar um pouco mais sóbrio que o punk, mais retrô (para a época, evidentemente). Assim nascia o post-punk. Mantendo a simplicidade do som, mas mudando radicalmente seu direcionamento.

Agora vamos dar uma pausa no post-punk. Sabendo que uma parte do estereótipo começou por aí, vamos ao grupo inglês Bauhaus, em setembro de 1979. Sonoramente falando valia-se de um post-punk com temas mais introspectivos e climas mais sombrios. Visualmente se pautavam no glam do David Bowie. Suas letras passaram a ter temas mais sombrios e humorísticos, ligados ao cinema e a movimentos de vanguarda (não que fossem os temas principais, apenas os mais visíveis). Joy Division chamado de post-punk, Siouxsie and the Banshees ainda dentro do punk-rock e o The Cure podendo ser considerado New Wave na época. Todas essas bandas tinham alguma marca do que seria chamado mais tarde de gótico. Só que o Bauhaus não entrava em nenhuma delas. Tinha influência de tudo isso e soava ainda como post-punk, mas seu estereótipo era gótico, suas temáticas seriam chamadas de góticas e, por esse motivo, é considerada a primeira banda gótica.

Agora, tirando esse estereótipo, quem de fato deu uma cara ao estilo foi o The Sisters of Mercy, que surgiu em 1980. Mais ainda que o Bauhaus, o grupo de Andrew Eldritch definiu as bases do rock gótico. Vocais grossos, instrumental carregado na melancolia, letras extremamente sombrias, visual mais “dark” entre outras coisas. Isso aconteceu no começo da década de 80. A banda, antes de lançar seu primeiro cd, The First The Last and The Always, era presa fortemente no post-punk. Mas nesse período já flertavam com a new wave e buscavam um som mais próximo do que podemos chamar de “gótico”.

Claro que um Sisters só não faz um gótico... outras bandas do mesmo período, como Danse Society e o Play Dead também começaram a fazer história. Além disso, o UK Decay sairia do post-punk e entraria com sua própria sonoridade “gótica” no cenário. Houve também a mudança sonora do Siouxsie and the Banshees, além de visual. A banda se tornaria um ícone do gothic rock com vocal feminino e serviria de base para bandas mais para frente nos anos 90.

Outra banda que também ajudou demais dentro da cena foi, sem dúvidas, o Christian Death. Tocavam um gothic rock puxado demais para o punk rock, com melodias mais agitadas que a do Sisters e cia. Suas marcas dentro da cena ajudaram a voltar para aquele lado punk que deu origem ao estilo e ainda ajudou, na década de 90, a criar outro estilo musical denominado deathrock, que flerta com o horror punk, o punk rock e o psychobilly, seja visualmente, seja sonoramente ou ambos, como se percebe nas bandas Cinema Strange e Tragic Black, apenas para citar os exemplos mais célebres.




Influências e sonoridade

Até aqui temos o começo, o que de fato fez o gothic rock surgir musicalmente falando. Mas e a sua sonoridade? O que a fez chegar onde está? O que a influenciou? O que a influencia até hoje?

Primeiro, vamos falar da base. O post-punk é a base que alicerça a sonoridade do gothic rock nos seus primórdios. Bandas como Joy Division ajudaram a dar a cara, mas o que muitos ignoram nesse ponto é o Killing Joke. Aqui cabe uma opinião pessoal e que muitos certamente não irão concordar.

O Killing é mais influente sonoramente que o Joy. Todo o flerte com a música eletrônica, a atmosfera de nostalgia, as letras tristes e voltadas para temas cada vez mais sombrios e decadentes, o visual, enfim, tudo deles influíram muito mais que o próprio Bauhaus. O banda foi apenas o alicerçamento de tudo isso e nada mais.

Teve também a influencia da new wave. O The Cure (que passaria para o gótico depois e sairia do mesmo), o New Order e outros grupos que começaram uma nova onda musical que procurava algo que se opusesse a velha onda, que estava gasta e batida. Isso trouxe os elementos eletrônicos para o gothic rock, junto com a crescente onda da música eletrônica que surgia na Europa no final da década de 70.

Não se pode ignorar também o Adam and the Ants. A carreira dele foi fortemente calcada no pop, mas por um curto período de tempo teve uma sonoridade voltada para o punk e um visual que era inspirado no fetichismo. Sua guitarra mais “distante” era somada a uma bateria tribal, coisas que marcam o som de grupos como o Sex Gang Children e o Southern Death Cult.

Claro que não se pode esquecer da influência maior em termos de visual e de sonoridade que foi o David Bowie. Inspirou o Bauhaus e boa parte da sonoridade e identidade visual de outras bandas, trazendo com ele o glam rock. Boa parte de suas letras mais voltadas para uma intelectualizada, seu visual andrógino e tudo o mais trouxe ao gótico aquilo que lhe serviria de base e o desvincularia do punk. Outros grupos, como o The Doors, T-Rex e The New York Dolls foram tão importantes quanto Bowie nesse ponto. Com o tempo, o rock gótico pegaria também sonoridades em outros locais, sobretudo na música eletrônica. Isso fica mais evidente em bandas a partir da década de 90, como o Ikon.

E com tudo isso, como podemos definir a sonoridade desse estilo, afinal de contas?

Uma coisa a ser pensada é que o som tende a ser mais atmosférico e mais “sombrio” que o rock tradicional. Sem o peso do metal, com a estética sonora ainda agarrada a alguma coisa punk. Vocais simples, em geral graves (quando masculinos) ou levemente agudos, dando uma impressão meio “desleixada” e sem a sofisticação dos vocais dentro do hardrock e do metal. Uma marcação mais forte no baixo, coisa incomum em outros gêneros de rock, onde quem manda é a guitarra. Esta vira coadjuvante, servindo apenas para dar andamento ao som. Bateria simples, quando não programada e até, em alguns casos, o uso do teclado.

Confusão com o gothic metal

Existe um grande problema, advindo do final da década de noventa com a tentativa do “revival” do gothic rock. Muitas bandas de metal sendo mostradas a um público leigo como pertencentes ao meio gótico e não passando, muitas vezes, de bandas de metal. Como isso aconteceu? Qual a razão de as pessoas confundirem duas coisas que estão distantes, extremamente distantes?

Vamos voltar um pouco ao gothic metal. O estilo, nascido do doom, começava, a partir de 1996, a pegar elementos da música gótica, sobretudo o rock gótico. Paradise Lost, Moonspell, Entwine, Type O Negative e outras tentaram colocar essa sonoridade gótica e passaram, de fato, a soarem mais góticas do que metal, embora conservassem o peso. Nesse mesmo rolo começaram a aparecer bandas de gothic rock com fortes traços de metal, como Dreadful Shadows, Seraphim Shock, Love Like Blood, que eram mais pesadas que as bandas mais convencionais e começaram a ser aceitas entre os headbangers. Isso fez indiretamente alguns pensarem que o gothic metal fosse uma “evolução” do gothic rock e que ambos eram a mesma coisa.

A segunda confusão se dá pela primeira. Em países com pouca tradição com a música gótica (sobretudo Finlândia) o nome “gothic rock” ganha muita força. Aliado ao sucesso do grupo The 69 Eyes e pela fama no meio gótico do grupo Two Witches, muitas bandas e gravadoras querem ganhar algo com esse estilo, que passou a virar uma espécie de “marca”. Partindo desse ponto, qualquer banda de metal que fizesse um som menos pesado e com algum elemento estilo Paradise Lost passaria a ser chamada de gothic rock. Esses grupos não possuem nenhum traço sonoro e visual que remetesse ao estilo citado, não caindo no gosto dos góticos. Viraram produtos para headbangers que quisessem ouvir alguma coisa nessa linha e, contudo, não quisesse fugir muito ao heavy metal. Isso fez com que as pessoas imaginassem o gothic rock como algo “sombrio” e “triste”, coisa que não corresponde à realidade.

O terceiro motivo é calcado numa outra banda, o Theatre of Tragedy. O grupo sempre teve elementos de gothic rock/darkwave em seu som, misturados inicialmente com música barroca e depois tirando esses traços, gradativamente. O vocal soprano de Liv Kristine e a proposta da banda serviram para que algumas pessoas, anos mais tarde, começassem a associar qualquer banda com vocal feminino de gótica. Desse modo temos coisas como Within Temptation e Evanescence sendo chamadas por algumas pessoas de “roque gótico”.

O último motivo se dá por duas bandas em especial. A primeira é o Lacrimosa. O projeto, inicialmente tocado por Tilo Wolff, era calcado numa proposta gothic rock mesclada com a música erudita. Essa sonoridade neoclássica caiu no gosto dos fãs de metal e agradava também os góticos. Com o tempo o projeto foi assimilando as mudanças da cena européia e o crescimento do darkwave. Com a entrada de Anne Nurmi do Two Witches e a incorporação de alguns elementos do heavy metal, o projeto passou, nesse ponto, a se focar nos headbangers. Com isso, de forma indireta, a sonoridade gótica entrou, por conta de uma mídia desinformada, no meio desse grupo, sobretudo no Brasil.

A segunda banda é o H.I.M. Tocando um pop rock bem dançante e com fortes tendências glam (sim amiguinhos, nada de love metal aqui), aliado ao fato de terem caído no gosto dos góticos, fez com que alguns achassem que era também uma banda gótica. Como eles flertam muito com o metal, foi um pulo para que bandas com sonoridade similar fossem colocadas no meio, como se fossem gothic rock. É claro que temos bandas dentro da cena gótica influenciadas pelos finlandeses, mas são poucos grupos que realmente podem ser chamados de “góticos”.

Legado e novas tendências

O gothic rock deixou um legado enorme dentro e fora da cena gótica. Vamos ver alguns pontos bem interessantes que merecem uma reflexão.

Dentro da cena vários estilos nasceram e tiveram como base o rock gótico. Deathrock, ethereal e darkwave começaram com base nesse estilo e hoje se distanciaram a ponto de criarem uma cena própria. O dito “electrogoth” pega gêneros como EBM, Synthpop, Industrial e outros e mesclam com algumas características do goth rock, em especial o vocal. Isso acontece de forma mais indireta, por conta do darkwave.

Hoje não se trabalha, dentro da cena, exatamente com uma tendência forte. O que acontece são pequenas tendências que se somam e tornam o estilo uma mistura ainda maior. Existe um certo direcionamento ao eletrônico, como tem acontecido com o Ikon e o London After Midnight. Algumas bandas tem adicionado metal ao seu som sem deixar de ser gótico, como acontece com o Dryland, Star Industry, The Awakening, Love Like Blood etc. Isso quer dizer que o metal faz parte da cena? De forma alguma, existem apenas algumas bandas que resolveram entrar nesse meio. Existe também uma série de “tributos saudosistas”, onde temos bandas, como o The Wake fazendo um som na linha do Sisters of Mercy, mas mantendo ainda um toque de modernidade.

Fora do meio temos bandas de metal se influenciado, seja sonoramente, como o Paradise Lost e o Lacrimas Profundere, seja visualmente, como no caso do Entwine ou ambos. O gothic metal, embora não necessite do gothic rock, deve muito do seu estilo ao mesmo.

Temos ainda as novas bandas, que têm buscado sua identidade sonora em outros estilos, como acontece com o Plastique Noir. Muitas bandas hoje não querem mais estar presas ao padrão Sisters of Mercy ou ficar somente nos anos oitenta. A cena vive uma renovação constante e, com o tempo, vem incorporando novas sonoridades e novos avanços na cena musical. Mas nunca irá morrer e sempre vai inovar, de uma forma ou de outra.

Para finalizar esse artigo, coloco para vocês dois cds onde eu reuni bandas acerca do estilo. No primeiro cd eu coloquei bandas da década de oitenta que ajudaram a alicerçar o gothic rock e toda a subcultura. No segundo são bandas pós-anos oitenta, para mostrar que o estilo não morreu e que continua vivo e se renovando sempre. Ou seja, sem desculpas para não saberem sobre o que é rock gótico.